quarta-feira, junho 15, 2016

0

Os Picarotos não são das "Ilhas de Baixo"

E porque várias pessoas têm “vomitado” esta asneira, aqui vai a minha resposta, para que não me voltem a apresentar esta informação, completamente absurda, e que me coloca, todas as vezes, à beira de um ataque de raiva incontrolável… Haja limite à estupidez e ao atraso intelectual…
Não me digam, não a mim, que os Picarotos são pseudoaçorianos…
Não me digam, não a mim, que as pessoas do Pico são inferiores a quaisquer outras…
Não me digam, não a mim, que os Picarotos não estão ao nível de um determinado padrão, convenientemente tecido à medida de alguns, para exprimir qualquer tipo de habilidade ou capacidade…
Percebam que é precisamente isso que ouço quando me dizem que um Picaroto fica em desvantagem na corrida à presidência do Governo Regional, simplesmente porque é Picaroto.
Enquanto Açoriana e enquanto Picarota não aceito esse tipo de velhacaria informativa e enxovalhante. Que é feito dos Vossos conhecimentos sobre a história governativa deste País???
Tenho de relembrar que Manuel José de Arriaga, nascido na Horta, ilha do Faial, tornou-se, a 24 de Agosto de 1911, o primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório. Esse Governo Provisório da República, por sua vez, era presidido por Teófilo Braga, também ele açoriano (de São Miguel), personalidade que acaba por terminar a sua carreira política após exercer o cargo de Presidente da República, em substituição de Manuel de Arriaga, entre 29 de Maio e 5 de Outubro de 1915.
Parece que assistimos a um retrocesso nas mentalidades das pessoas. Impera nesta terra um certo bairrismo ideológico que não se coaduna com os interesses de uma Região que se quer forte e desenvolvida a todos os níveis. A remar cada um para seu lado não vamos lá…
Tenho a honra de conhecer pessoas exemplares em cada uma das ilhas, pessoas dotadas de virtudes invejáveis. A origem da pessoa não me diz nada.
Sou do Pico e vivo em São Miguel… Isso não me define em nada… Amo a minha ilha de origem - amo muito. Também amo o nosso conjunto regional, e julgo que isso é um tempero essencial para fazer de mim uma verdadeira Açoriana - uma Açoriana de coração e não apenas uma açoriana em resultado de uma coincidência geográfica.
Devíamos todos nós, que vivemos nestas ilhas, ser Açorianos de coração, querendo o melhor para as nossas ilhas, para a nossa Região, e lutando, lutando com todos os meios disponíveis para combater a mediocridade, o compadrio e a podridão que se vem enraizando na sociedade açoriana.

Enquanto acharem que existem ilhas de baixo e ilhas de cima a luta está perdida… Vai na volta, estamos mesmo a precisar de um presidente que não seja de São Miguel – perdoem-se os micaelenses…

terça-feira, maio 17, 2016

0

E porque a Igualdade de Género é uma condição essencial para a modernização das sociedades...




Entristece-me que se perca tempo com a mudança da designação do “Cartão do Cidadão”, como se isso representasse algo em termos de “Igualdade de género”. Também não me interessam os preciosismos sobre a forma de aludirmos a essa Igualdade, seja ela de género ou de “direitos, deveres e garantias entre sexos”. Interessa-me aquela Igualdade cujo princípio se encontra previsto na Constituição da República Portuguesa (artigo 13º: “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”).
Entristece-me que sejam tão marcadas e evidentes as diferenças sociais entre homens e mulheres numa sociedade que se rege, não pelo princípio da Igualdade, mas por uma espécie de princípio de hierarquização das oportunidades por sexo, com os homens quase sempre no topo.
Entristece-me que se aceite, de ânimo leve, que exista sempre uma “grande” mulher por detrás de um “grande” homem e não se imponha a ideia que poderá haver, também, um “grande” homem por detrás de uma “grande” mulher.
Igualdade de género deveria significar que homens e mulheres têm igual visibilidade, poder e participação em todas as esferas da vida privada e/ou pública. Entristece-me que esse significado continue sem ser transposto para a realidade.
Entristece-me que seja possível e aceite, nos dias de hoje, que mentes tacanhas, obtusas e completamente irracionais, como algumas que vão tendo visibilidade na Comunicação Social de vez em quando, possam vir dizer em público coisas como “O homem dá à mulher direcção, indica-lhe um caminho. Uma mulher não é capaz de definir um caminho. Sem um homem, fica sem saber o que fazer.”. Não deveria ser aceite nos dias de hoje este tipo de pensamento e muito menos este tipo de afirmação pública.
Entristece-me que a opinião pública, segundo revelam resultados relativamente recentes do Eurobarómetro, seja a de que o número de mulheres na vida política deva aumentar, mas não se imponham metas para que o paradigma se altere e rume nesse sentido.
Entristece-me que a paridade social continue sem ser levada a sério e que decisores, pessoas e organizações continuem sem se empenhar na sua promoção como instrumento para uma democracia mais justa.
Tudo isto me entristece porque sou mulher, porque sou mãe, porque sou cidadã. Tudo isto me entristece porque considero que esta realidade não é digna dos dias de hoje.

Haja suficientes vozes para que num futuro próximo mulheres e homens tenham, de facto, os mesmos “direitos, deveres e garantias”…

terça-feira, março 15, 2016

0

Sobre a Liberdade de Pensamento e de Opinião

Aparentemente o direito à opinião é uma utopia ou pelo menos é algo que assiste apenas a alguns privilegiados, a quem me atrevo chamar de iluminados pela graça do direito ao pensamento individual. Triste é que alguns desse iluminados nem capacidade de reflexão têm – umas autênticas nulidades do ponto de vista do “sumo” que resulta das suas intervenções e uns simples medíocres intelectuais, que vão “cuspindo” umas “larachas” que, por um milagre cada vez mais comum, embora inexplicável do ponto de vista científico, vais convencendo uns e outros…

Cada vez me convenço mais que sou ave rara, pois não engulo trivialidades (favor ver sinónimos) e opiniões vazias de conteúdo. Devo respeitá-las sim – pelo menos em alguns casos, mas não sou obrigada a engoli-las… Como diziam os “Gatos Fedorentos”, “não como gelados com a testa”, nem faço tenções de vir a comer.

Tenho-me apercebido que ser honesta no que toca à opinião sobre algo, ou sobre alguém, deixou, ou talvez nunca foi – não tenho bem a certeza,  de ser uma virtude. Como compreendo aquela máxima de que para fazer inimigos basta dizer a verdade…

Farto-me de ouvir dizer que a população enferma de falta de capacidade argumentativa e reflexiva, ora, quando uma voz se manifesta sobre determinado assunto, surgem logo uma série de tentativas de controlo e de contenção daquele que passa a ser um ato de insurreição.

Não se pode querer que as pessoas tenham uma opinião se qualquer que seja a sua natureza, positiva ou negativa, ela acaba sendo alvo de intolerância. Sim porque a opinião não tem de ser forçosamente negativa – tem apenas de ser honesta e concordante com os nossos princípios morais, técnicos e profissionais. Lamentavelmente muitas vezes um simples reconhecimento ou comentário positivo a algo ou alguém, mesmo que fundamentado, não é bem visto, podendo ramificar-se muito para além daquela que será a caixa limite do razoável em termos de justificação para tal ato.

Aqui vai uma ideia: e que tal começarem a prescrever opiniões??? Percebam que silenciar ou amordaçar a expressão de uma opinião individual poderá ser um assalto à humanidade e à posteridade, pois grandes pensadores  e os seus frutos cognitivos deram sustentação aos princípios que regem as sociedades atuais.

Continuarei a ser fiel a mim própria, louca, sincera e irritante, pois sei que nessas característica, modéstia à parte, existe um certo brilhantismo na minha forma de ser, que cativa poucos e afasta muitos, é verdade, mas que me prende os pés à terra.

Ahhhh, e aos que me dizem para conter esta minha necessidade de manifestar a minha opinião e os meus pensamentos, para não me “queimar” mais… Meus caros, tenho este bronze por alguma razão e vou-me esforçando por mantê-lo…


quarta-feira, julho 31, 2013

0

Vozes de Bom Senso

Li há pouco tempo um artigo intitulado “A Cambada”, de Carlos Falcão, que “devorei” com curiosidade e com o qual, confesso, me deliciei, por considerar as mensagens subjacentes, nada subliminares, deveras interessantes e certeiras.
No artigo o seu autor aponta vários defeitos à classe politica e confessa um sentimento de revolta perante os enganos e prejuízos deliberados “por incompetência, mesquinhez e garotice, na defesa de interesses impróprios para quem se arvora em defensor da causa pública”. Revejo-me a 100% nesse sentimento.
Neste momento, mais do que revolta, sinto tristeza. Tristeza por saber que os jogos e jogadas “sujas” continuam, que os favorecimentos não acabam e que os bajulismos, afinal de contas, são profícuos. Tristeza por já mais não acreditar na justiça, pois em seu lugar a ocultação, a mentira e os interesses próprios ocupam lugares de destaque, quase que numa hierarquia de valores que se vê deturpada, ilógica, sem sentido e surreal.
De facto, é óbvio que as prioridades da maioria dos protagonistas políticos se resumem ao poder, aos cargos, aos negócios, à imagem, etc.. Em relação aos cargos, apesar de já estar patente em outros posts, não posso deixar de voltar a enfatizar que aqueles são extensíveis, numa lógica de efeito plástico flexível, a amigos e familiares – sobretudo esposas (é só ver alguns conselhos de administração de empresas e hospitais da Região).
Mais me revejo na afirmação, até porque venho sentindo de forma bem real na “pele”, que “Os poucos que os” (os protagonistas políticos) “tentaram contrariar e conter, nem sempre pelas melhores razões, foram rapidamente afastados, sempre que possível silenciados e pessoalmente preteridos e prejudicados.”. Certinho no alvo. Não basta servir com isenção e honestidade – essa atitude desemboca num final não feliz de opressão, ameaça e, por fim, de desistência. É um final quase inevitável face ao despertar de consciência da impotência instalada.
É ai que se descobre, que se vê e que se aprende que a asa da proteção e da impunidade apenas cobre os que, como cordeiros, seguem o rebanho, vendendo a alma por favorecimentos diversos, ou por uma simples palmadinha nas costas. Até os proclamados inimigos, vingam em manobras viciadas de “lavas as minhas costas que eu lavo as tuas” – Pode até não ser lavar, mas pelo menos esfrega-se com vigor.
A regeneração da democracia não é possível desta forma. Porquê?
Porque parece que não interessa se temos um povo cada vez mais pobre, cada vez com mais dificuldades, cada vez com menos recursos. Porque não interessa se o desemprego é cada vez maior e as alternativas de combate se esgotam na promoção de programas temporários de trabalho temporário e precário. Não interessa se o estado social está impregnado de disfuncionalidades e se as desigualdades sociais nunca foram tão evidentes como agora. Não interessa se os nossos alunos estão cada vez mais desinteressados, mais apáticos, mais burros. Não interessa se os nossos professores estão a ser encurralados numa armadilha que irá catapultar milhares daquela, outrora classe respeitada, para o desemprego. Porque na verdade, os interesses que se andam a defender parece que são outros…
Menos mal, não estou sozinha e isso lá me dá alento para não silenciar. Há dias escrevia também um artigo o Dr. Teófilo Braga, que demonstra que mais pessoas tem os olhos e ouvidos abertos, e que, acima de tudo, têm uma noção assertiva, consciente e isenta sobre esta “salsicheirada” politica na qual nos encontramos metidos.
Insurjam-se mais vozes para que haja uma alteração de paradigma. Porque o bom senso nunca será demais e porque só com vozes de bom senso se poderá corrigir e concertar o que está mal e o que está estragado.

segunda-feira, julho 08, 2013

0

Génios portugueses procuram-se

Ao ler na passada semana uma notícia sobre Adam Kirby, uma criança britânica de dois anos que foi aceite na Mensa – a mais antiga e prestigiada sociedade que reúne pessoas com elevado quociente de inteligência (QI), descobri que esta sociedade, que tem representação em mais de 100 países, não “está” em Portugal. De facto, segundo a mesma notícia e outra fonte que pesquisei, em Portugal não existe uma Mensa local, sendo que até há bem pouco tempo (antes das últimas expansões) era o único país da União Europeia onde tal acontecia.
Lendo mais algumas informações sobre o assunto acabei por perceber que para justificar a não existência de uma Mensa Local no nosso país, alega-se o facto de termos um número reduzido de membros – 25 membros em 2002 e 75 membros em 2007.
Pensando que não se realizavam teste de QI em Portugal e já estarrecida com essa ideia – não venha eu a ter uma criança génio, acalmei ao descobrir que se realizam testes em Portugal (através da Mensa International ou da Mensa Brasil), sendo que o objetivo será atingir um número de membros que justifique a criação da Mensa Portugal.
E agora, para quem lê este post, responderei à pergunta que devem estar a colocar – E porque raio isto haveria de interessar a alguém?
Muito simples, acho que este é mais um elemento que corrobora a teoria sobre a qual incidem os temas de alguns dos meus posts anteriores - Meus caros, estamos perante uma aceitação clara de que em Portugal temos poucos génios. Mas podem acreditar que se houvesse uma sociedade que reconhecesse incompetentes, aí sim, estaríamos “bem” representados.

segunda-feira, julho 01, 2013

0

Haja paciência para sofrer incapazes, medíocres e anormais

Começo a escrever estas linhas e a vontade de colocar em destaque alguns nomes a que, a meu ver, se aplica o título deste post é tanta que até me dá vontade de rir.

Aposto que não haverá ninguém que não conheça pelo menos uma pessoa – vulgo incompetente, que paira, não se sabe bem como (ou até se sabe, mas não se pode dizer) num cargo que requer considerável capacidade cognitiva e sensibilidade humana. 

Tenho a certeza que toda a gente conhece, pelo menos, um anormal que, apesar de só lhe faltar o rótulo na testa, acaba por ocupar um cargo para o qual não tem capacidade rigorosamente nenhuma, mas que lá vai, à custa de uns e de outros, se safando/desenrascando.

Note-se que para isso não é preciso grande destreza: faz-se uma apropriação de um parecer aqui e ali, repete-se algo sonante que se ouviu em algum sítio e, com “coisitas” destas, vai-se levando a coisa para a frente. 

Apesar de me causar alguma revolta, até consigo encontrar em mim alguma forma de desculpar esses idiotas, até porque os verdadeiros culpados são os que os premeiam e que julgam que os restantes de nós “comem gelados com a testa”. Se bem que algumas pessoas me surpreendem pela sua real ignorância, anda para ai muita gente com cabecinha no lugar, que apenas nunca chega a ter uma oportunidade – ou quando tem, não respeita a regra sagrada para manutenção de posto – nunca manifestar a sua real opinião (um bom gestor não tem opinião). 

Não só estamos rodeados de exemplos de que a incompetência é, muitas vezes, premiada – basta efetuar uma análise retrospetiva à nossa experiência de vida, como cientificamente existem, também, estudos que corroboram esta minha convicção. Veja-se, por exemplo, que o psicólogo norte-americano e especialista em Psicologia da Personalidade e Liderança, Prof. Robert Hogan, estima que 55% a 65% dos gestores são incompetentes.

Rezo para que chegue o dia em que se acabe com o culto da incompetência – É que a paciência esgota-se e, quando menos esperar-mos, ainda se pega a estupidez….

Dando uma de gato fedorento:
Pergunta - Sabem porque não se deve discutir com um idiota?
Resposta - Ele arrasta-nos até ao nível dele e depois ganha-nos em experiência…

Mais provas para quê? Como diz a minha irmã: O Sol nasce para todos, mas brilha só para alguns… E assim, lá vai brilhando a estrela central do nosso sistema planetário solar para tantos incapazes e medíocres que andam por ai.

quinta-feira, junho 13, 2013

0

Quando um não assunto vira assunto

Ao ler mais uma notícia sobre um dos assuntos que muita tinta tem feito correr nos jornais – a privatização da EDA, achei muita piada ao que disse o Sr. Deputado Pedro Moura em representação do grupo parlamentar do PS/Açores: “… estão a correr uma série de notícias e declarações políticas à cerca de um não assunto, que é a não privatização da EDA”.
Para mim, a piada reside em dois factos, o primeiro é que finalmente existe uma intervenção pública sobre um assunto pertinente por parte do deputado socialista Pedro Moura e a segunda é que a sua declaração foi realmente infeliz. Se a não privatização da EDA é um não assunto, será que a privatização da EDA já será um assunto…Uhmmmmmmm, dá que pensar.
O Português é traiçoeiro…. 
Com isto vejo-me obrigada a colocar duas questões:
O que andou a fazer o sr. Deputado Pedro Moura antes desta gloriosa intervenção?
O que faz cada um dos 57 deputados da Assembleia Legislativa Regional?
Ora ai estão duas perguntas cujas respostas eu gostaria mesmo de saber…