Adolescente na Casa dos 30

Criei este blogue porque dou por mim, na casa dos trinta anos, a experienciar alguns sentimentos característicos da adolescência.

Confesso que no meu caso a adolescência foi um momento muito delicado e decisivo. Foi um período carregado de mudanças, decisões e conflitos, em que vivenciei tudo de forma muito intensa.
Se bem que passei recentemente por um processo de reformulação quanto a alguns conceitos da minha própria vida, o que poderia entender-se como uma mudança, a minha autoimagem e a minha personalidade estão, diria eu, completamente cimentadas e, portanto, a analogia termina ai.
Estou em crer que não foi a mudança per si, ou os conflitos eventualmente associados, que despoletaram tais sentimentos de revolta, indignação e de injustiça.
A verdade é que sinto que as minhas expectativas foram defraudadas. Até há pouco tempo acreditava que a honestidade, o esforço/empenho e os compromissos eram valorizados, que os bons valores significavam algo, mas dou por mim a descobrir que as coisas não funcionam bem assim.
Também deixei de acreditar que “o que se faz cá, cá se paga”, “que quem semeia ventos colhe tempestades”, “que as justiça nunca dorme”, ou que “a justiça tarda mas não falha” – Acredito sim que a “justiça é cega” e que “justiça não é lei mas invenção”…
Enquanto houver complô e compadrio na defesa de interesses que não são os da promoção da riqueza global, não haverá respeito pelos princípios da igualdade, do respeito, da honestidade, da humildade ou da justiça. 
Enquanto os nomes de família, as raízes, a militância partidária e os jogos de interesses se sobrepuserem a tudo o resto, seremos sempre dominados pela mediocridade. Sim, pela mediocridade, olhemos em volta – falemos das áreas que estão na lista da frente na onda de varrimento que surge na sequência dos cortes “necessários” na despesas do estado – Ensino, Saúde, Segurança Social e, porque não, investigação…
Terei oportunidade de escrever (ou melhor escrevinhar – já que a mediocridade é que está a dar) sobre estas áreas em futuros posts…

A respeito da imagem que anexo, deixo aqui uma frase que encontrei algures e que deveria ser alvo de reflexo por parte dos nossos governantes – O caminho da mediocridade não conduz a lado nenhum.
“Me aguardem” – Sim… eu adotei o Novo Acordo Ortográfico e já não sei se falo Português de Portugal ou se é Português do Brasil. Uma coisa é certa, “se não os consegues vencer junta-te a eles”…
Se calhar, melhor ainda será começar a aprender mandarim, porque da forma como as coisas estão por cá, nunca se sabe quando poderá vir a dar jeito.