sexta-feira, maio 10, 2013

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Outra vez o Desemprego

Li, com muita tristeza, que a taxa de desemprego da população ativa nos Açores atingiu, no 1º trimestre de 2013, 17%, tendo, pela primeira vez, ultrapassando os 20 mil desempregados.
Aqui não poderá continuar a servir de “consolo”, ou de desvio de atenção, o argumento de que os Açores têm a segunda mais baixa taxa de desemprego do País, uma vez que o Arquipélago registou o maior aumento daquela taxa desde o 1º trimestre de 2011.
Dizem depois os entendidos em matéria de economia, que era expectável que ocorresse esse aumento da taxa de desemprego em função do “colapso em cadeia” que começou no sector da construção civil, que perdeu cerca de dez mil postos de trabalho”, e que se estendeu a inúmeras outras indústrias a si associadas.
Dizem, e muito bem, que agora o desafio consiste em criar empregos “de forma sustentável”.
Eu não sou economista, e se existe alguma coisa que detesto são os pseudo-especialistas em todas as matérias. Mas, até para mim, que sou leiga nessa matéria e limito-me a fazer contas de “mercearia” (gasto apenas o que tenho e vivo de acordo com as minhas possibilidades), isso era mais do que óbvio.
É fácil dizer que se vai apostar no combate ao desemprego e é fácil escrever que se deve começar por apostar em empregos sustentáveis (palavra tão gasta de utilização que já ninguém consegue vislumbrar a sua verdadeira essência), o difícil está em partir para a ação.
É por esta razão que não sou adepta de Planos Estratégicos – quase sempre vazios de conteúdo e de perspectiva. Deveríamos, sim, ter Planos de Ação, claro está, com cabeça, tronco e membros. Acabem lá com as “medidas paliativas”, se a estratégia (ou falta desta) não resultou, reformulem e proponham ações concretas (e não medidas generalistas) com projeções de impacto realistas – Queremos e precisamos de resultados.
Crie-se competência nos Açores para que a nossa massa cinzenta e a nossa capacidade de produzir e de fazer sejam as nossas riquezas – Porque raio se pagam fortunas a empresas de fora do arquipélago por serviços e produtos que poderiam ser de origem regional? Longe de mim querer ser bairrista ou regionalista mas as evidências estão “escarrapachadas” por todo o lado – serviços de programação ou de consultadoria jurídica, e por ai fora, sempre para os mesmos “boys”…
Sabemos que as algibeiras estão quase vazias, e isso eu até entendo – julgo que entendemos todos, não entendo é que o pouco dinheiro que se encontra no fundo da carteira seja mal empregue em medidas que não geram emprego e não fomentam a economia. Ainda ontem se escrevia que o Governo, através da Secretaria Regional do Turismo e Transportes, promoverá a Região Autónoma dos Açores enquanto destino turístico, com um investimento de cerca de 3 milhões de euros para apoiar 13 equipas de várias modalidades.
Estou em crer que fazem falta as tais contas de mercearia que fazemos no nosso dia-a-dia, em que primeiro honramos as nossas dívidas e fazemos face aos compromissos e só depois passamos às futilidades. É por estas e por outras que depois se fica com o “rabo” preso…






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